Com referencial pioneiro, pesquisadoras da Rede Trans impactam políticas da UFSC

21/11/2023 10:38

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Mirê, Mariana e Melina têm muito mais em comum do que a inicial dos seus nomes e um percurso marcado por lutas e pioneirismo. As três, partes ativas e atuantes de uma rede que nasceu de um coletivo de estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), são também fundadoras de um movimento intelectual com trabalhos sobre suas condições identitárias e pertencimento social como pessoas trans.

Ao mesmo tempo em que desenvolviam os estudos – marcados por uma ausência de referenciais teóricos de pessoas trans -, articulavam sua militância na Rede Trans – a rede de estudantes trans, travestis e não binárias da UFSC. No mês de junho – celebrado como o mês do Orgulho LGBTQIAPN+ – foram homenageadas com um post no Instagram ressaltando seus papéis em processos de mobilização, luta e resistência que resultaram, entre outras coisas, na política de acesso, inclusão e permanência para pessoas trans, travestis e não binárias da instituição.

As hoje assistentes sociais Mirê Chagas e Mariana Franco também foram pioneiras em outra frente: pela primeira vez em sua história uma turma da UFSC diplomou duas estudantes trans. “Acredito que a escassez das produções em relação aos trabalhos que trazem a questão da transgeneridade nas universidades federais se dá a partir da falta de pessoas trans dentro desses espaços de formação crítica e de ensino superior”, pontua Mirê, formada no curso de Serviço Social.

Ela defendeu o trabalho de conclusão de curso intitulado Trans-cidadanias: corpos políticos e a desproteção do Estado brasileiro, sob orientação da professora Maria Regina de Ávila. “A ideia de escrever este trabalho surge a partir do momento em que eu começo a realizar a transição de gênero e me surge ideias acerca do quão o Estado brasileiro não cumpre com a relação de proteção desses corpus políticos que são os nossos corpos trans e negros”, registra.

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Tags: Rede TransTrans epistemologias

Flash UFSC – Bad Romance

31/08/2023 13:46

Já diria Lady Gaga, o amor é como um tijolo, você pode construir uma casa ou afundar um corpo morto. E você, já viveu um bad romance? Já se perguntou por que nos relacionamos com outras pessoas? Ou por que, quando nos apaixonamos, andamos por aí distraídos, felizes, animados e meio bobos?

O segundo episódio do Flash UFSC fala sobre relacionamentos, amizade e amor. Quem nos ajuda a entender o que acontece nessas aventuras de dopamina, prazer e dor são a professora de Filosofia Maria de Lourdes Borges e a psiquiatra Ana Maria Michels.

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CRÉDITOS:

Produção, locução, roteiro e edição: Leticia Schlemper e Lethicia Siqueira
Apoio Técnico: Peter Lobo
Arte: Jalize Pinheiro Medeiros e Audrey Schmitz

Tags: Flash UFSCPodcast

Podcast UFSC Ciência Ep. 15 – Segurança e soberania alimentar e nutricional

29/06/2023 07:07

23% dos brasileiros dizem que não têm comida suficiente em casa.Os dados de uma pesquisa divulgada pelo Instituto Datafolha em 2023 escancaram uma realidade que está apresentada nas ruas, nos semáforos, nas portas do supermercado: uma parte grande do Brasil sente fome.

Mas como isso é possível se o país possui um largo território e uma indústria de produção agrícola que se orgulha de alimentar 10% da população do mundo. Essa aparente contradição é analisada pelas professora Gabriela Carcaioli e Marília Gaya, do curso de licenciatura em educação do campo; Maria Cristina Marcon, do departamento de Nutrição, e pelo professor Ricardo Lara, do departamento de Serviço Social.

O podcast tem como pano de fundo a história de Margarida Messiano de Souza, uma trabalhadora rural que migrou para a cidade e transformou um terreno baldio às margens de uma rodovia em uma agrofloresta. Além disso, também traz trechos de reflexões da professora Neila Maria Viçosa Machado, referência no combate à fome.

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CRÉDITOS:

Locução: Amanda Miranda e Mayra Cajueiro Warren
Produção, roteiro e edição: Amanda Miranda
Apoio Técnico: Roque Bezerra
Arte: Marcio Luz Scheibel |
Inserções: áudio de telejornal e de reportagem – TV Record/áudio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva – Agência Senado/trilha sonora: Freesound.org

O podcast UFSC Ciência é uma produção da Agência de Comunicação da UFSC. Gravado no Laboratório de Radiojornalismo da UFSC.

Mais informações pelo e-mail agecom@contato.ufsc.br.

Tags: Podcastsoberania alimentar e nutricionalUFSC Ciência

UFSC Explica: violência nas escolas

28/04/2023 11:50

Alerta de conteúdos sensíveis – algumas falas deste episódio podem sensibilizar determinados públicos.

Infelizmente, os ataques a escolas voltaram ao centro do debate público no Brasil. Neste episódio do UFSC Explica, três pesquisadores discutem as manifestações da violência no contexto escolar e os múltiplos fatores envolvidos no problema. Por que os casos de violência e, mais especificamente, de ataques nas escolas aumentaram? Em qual contexto estes ataques se inserem? O que eles têm em comum? E, mais importante, o que é preciso fazer para combater o problema?

A precarização das escolas, o papel da mídia e das plataformas de redes sociais, o funcionamento dos grupos de radicalização online, o perfil dos autores de ataques e as falsas soluções, que tratam apenas das consequências e não das causas da violência, são alguns dos assuntos debatidos.

📄 Conheça os entrevistados:

Apoliana Groff é professora do Departamento de Psicologia e integrante do Laboratório de Psicologia Escolar e Educacional (Lapee). Tem realizado estudos e pesquisas sobre formação de professores, violência, escola, pobreza, alteridade, educação inclusiva e políticas públicas.

Letícia Cesarino é professora do Departamento de Antropologia e do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social. Atua em projetos nas áreas de antropologia digital, cibernética, plataformização, neoliberalismo e desinformação. Recentemente, aceitou o convite para assumir o cargo de assessora Especial de Educação e Cultura em Direitos Humanos do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.

Marcelo Simões Serran de Pinho é professor do Departamento de Sociologia e Ciência Política e membro do Núcleo Interdisciplinar em Políticas Públicas (NIPP). Tem trabalhos nas áreas de teoria política e violência e de políticas de segurança pública.

UFSC Explica: golpe de 64

31/03/2023 13:45

O dia 1º de abril de 1964 é uma cicatriz na história do país. Chamado por muitos de “revolução”, o movimento golpista promovido por parte da sociedade civil e um grupo de militares iniciou 21 anos de ditadura civil-militar com perda de direitos civis, perseguições, torturas e mortes. Mas quais eram o contexto, os sujeitos e os interesses envolvidos no movimento golpista? E por qual motivo se considera esse conturbado momento da política brasileira um golpe e não uma revolução? Para responder a esses e outros questionamentos, o UFSC Explica: golpe de 64 entrevistou três pesquisadores renomados no tema. Assista!

Cristina Scheibe Wolff
Professora do Departamento de História
Pesquisa: gênero, memória, guerrilha, resistência às ditaduras no Cone Sul
Currículo Lattes

Diego Nunes
Professor do Departamento de Direito UFSC
Instituto Memória e Direitos Humanos (IMDH)
Pesquisa: crimes políticos e segurança nacional, Direito Penal em Estados autoritários, tribunais de exceção.
Currículo Lattes

María del Carmen Cortizo
Professora do Departamento de Serviço Social
Instituto Memória e Direitos Humanos (IMDH)
Pesquisa: teoria democrática, cultura e política, administração de justiça, direitos humanos, multiculturalismo.
Currículo Lattes

Tags: sérieUFSC Explicavídeo

Podcast UFSC Ciência Ep. 13 – Preconceito Linguístico

22/12/2022 17:55

Em um país de dimensão continental como o Brasil, onde há uma pluralidade de povos, tradições e linguagens, são inúmeras as variações linguísticas decorrentes das características regionais, das gírias e sotaques, que ao longo do tempo passam a fazer parte da cultura linguística do nosso país.

Algumas ações, no entanto, conduzem à uma segregação social. E, nesse cenário, não se pode refutar a existência do preconceito linguístico, que ocorre em relação a grupos de pessoas que gozam de menor prestígio social ou em decorrência das caraterísticas linguísticas inerentes à região do território nacional que habitam.

Esse prévio julgamento negativo a uma determinada variedade linguística caracteriza o denominado preconceito linguístico, operado tanto pelas pessoas como fomentado pela mídia e veículos de comunicação.

Por isso, para entender mais sobre o tema, o UFSC Ciência conversa com três professores que atuam em diferentes áreas da Universidade. Eles vão falar sobre a desigualdade linguística no Brasil, como a preconceito linguístico se manifesta na sociedade, que ações cotidianas perpetuam esse tipo de discriminação e como evoluir desse cenário.

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CRÉDITOS:

Locução: Letícia Schlemper e Maykon Oliveira
Produção: Giulia Rabello e Letícia Schlemper
Roteiro e edição: Maykon Oliveira
Apoio Técnico: Roque Coelho e Peter Lobo
Música Tema: “Alegorias de Verão”, Modernas Ferramentas Científicas de Exploração.
Arte: Luana Sanches

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O podcast UFSC Ciência é uma produção da Agência de Comunicação da UFSC. Gravado no Laboratório de Radiojornalismo da UFSC.

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Mais informações, críticas, elogios, sugestões pelo e-mail agecom@contato.ufsc.br.

 

UFSC Explica – Nazismo

06/12/2022 17:03

Recentes manifestações e discursos de ódio no Brasil, e particularmente em Santa Catarina, trouxeram novamente a apologia ao nazismo para o debate público. Por que essas ideias mundialmente condenáveis seguem existindo com adeptos na sociedade, em especial, no sul do país? Quais as origens desse fenômeno que abarca não só o preconceito racial, como a destruição do outro e das diferenças? Como o discurso e a estética nazista se transmutam com o passar o tempo de acordo com os diferentes contextos políticos, sociais e econômicos?

Essas e outras questões, como a necessidade de uma cultura educacional crítica e antirracista, são temas do novo episódio da série de vídeos UFSC Explica. Para esta edição, foram entrevistados os professores João Klug, do Departamento de História, Lia Vainer Schucman, do Departamento de Psicologia, e Rodrigo Alessandro Sartoti, do Departamento de Direito.

Confira abaixo o vídeo, também disponível no canal da UFSC no Youtube:

Tags: sérieUFSC Explicavídeo

A leste do Éden

11/12/2015 09:15

Mapa geológico e fisiográfico revela a Ilha do Campeche

Caetano Machado

Pedacinho de terra a leste da Ilha de Santa Catarina, município de Florianópolis, a Ilha do Campeche ganhou um perfil próprio: o Mapa geológico e fisiográfico, resultado da disciplina “Depósitos de planícies costeiras”, oferecida pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGG) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) durante o primeiro semestre de 2015.

A Ilha do Campeche é uma das 32 que circundam a Ilha de Santa Catarina – uma das mais relevantes, devido a sua importância arqueológica, paisagística, ambiental e turística – e assemelha-se a uma “irmã menor” desta. “Geologicamente, parece muito a Ilha de Santa Catarina, inclusive na forma”, diz o professor Norberto Olmiro Horn Filho, que ministra a disciplina desde 1993 no PPGG.

“O objetivo da disciplina é passar aos alunos aspectos básicos do que é composta a planície costeira do estado”, explica Horn, que dá opções para o estudo. Eles escolhem os setores que reúnem atrativos geológicos maiores, e, em 2015, a opção mais aceita foi a Ilha do Campeche. “Sempre que possível, pretende- se que os estudantes tenham como resultado e elemento de avaliação um produto palpável e publicável”, continua o professor.

Na Ilha do Campeche, foram realizadas duas etapas de campo, em abril e maio, para coleta de amostras de sedimentos e rochas, percorrendo-se boa parte do local. Dados geológicos, geomorfológicos, oceanográficos, arqueológicos, socioeconômicos e de cobertura vegetal foram levantados pelo grupo para a confecção do mapa e de seu texto explicativo. “Nós descrevemos fisicamente a geografia da ilha. As informações existiam, mas não estavam reunidas num texto, e tivemos êxito em aprontar o mapa”, afirma Horn.

Junto com Horn, assinam o mapa os mestrandos do PPGG, Aline Pires Mateus, Ana Carolina Moreira, Ingrid Matos de Araújo Góes, Irlanda da Silva Matos, Marcelo Marini; os doutorandos Edenir Bagio Perin e Francisco Arenhart da Veiga Lima e a oceanógrafa Andreoara Deschamps Schmidt.

A divulgação no meio digital contou com apoio das Edições do Bosque, numa colaboração entre o Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH) e o PPGG. Horn também ressalta a parceria com a Pró-Reitoria de Pós-Graduação ( PROPG) para a impressão de mil exemplares do mapa – que não é o primeiro fruto do gênero no PPGG: em 2013, Horn foi um dos autores do Mapa geoevolutivo da planície costeira da Ilha de Santa Catarina.

Ao longo de mais de 20 anos da disciplina “Depósitos de planícies costeiras”, outros resultados foram compilados, mapeando- se todo o litoral de Santa Catarina, e estão prontos para apresentação ao público.

Para 2016, estão previstas as publicações de dois atlas: um da planície costeira e outro das praias arenosas de Santa Catarina. Os trabalhos envolveram a participação de, no mínimo, 70 pessoas, entre alunos de graduação, mestrado, doutorado, pesquisadores e professores. “A cada ano, as equipes vão se revezando, e todos farão parte do atlas. É uma conquista, fi co muito satisfeito em fazer parte.”

O atlas geológico da planície costeira de Santa Catarina em base ao estudo dos depósitos quaternários apresentará, em edição trilíngue, um compêndio com a produção técnico-científica existente sobre a planície costeira, e contará com texto explicativo, quatro séries cartográficas e 19 mapas geológicos. Além de Horn, a autoria é dividida com o geógrafo e doutorando em Geociências, Alexandre Félix.

Já o Atlas sedimentológico e ambiental das praias arenosas de Santa Catarina será publicado pela Edições do Bosque, do CFH/UFSC, envolvendo aspectos fisiográficos, oceanográficos, texturais e ambientais das 256 praias arenosas do litoral catarinense.

A partir dos anos 1980, ressalta Horn, iniciou-se a urbanização da planície costeira e litoral catarinense, que passou de um ambiente pouco antropizado para um ambiente bastante ocupado. “Nós precisamos conhecer melhor estes ambientes para que essa ocupação não venha a ocorrer de forma desorganizada. É necessário que tenhamos um balanço, um equilíbrio.”

Houve, nos últimos 35 anos, o crescimento do turismo voltado para o mar, e há uma correlação entre a evolução geológica e a antropização. “A análise de fotos aéreas antigas e imagens atuais indicam claramente o que mudou na geomorfologia costeira. Não é exclusivo de Santa Catarina, ou do Brasil, mas acontece no mundo inteiro. As pessoas querem aproveitar os recursos vivos e não vivos do mar e a paisagem costeira; entretanto, têm se preocupado muito pouco com a degradação do meio ambiente”, conta Horn.